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Doutrinação infantil

É preciso ter cuidado: querem politizar até mesmo o jardim de infância

Para tentar melhorar a popularidade, o governo Temer achou por bem lançar um canal infantil voltado a crianças de 8 a 12 anos

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No futuro, os “anos dez” poderão ser lembrados como a década em que a esquerda perdeu a hegemonia no movimento estudantil. Começou com grupos liberais conquistando alguns diretórios, mas logo havia conservadores e até modalidades mais exóticas – como os “monarquistas” – buscando voz no meio acadêmico. De que forma o esquerdismo reagiu à invasão adversária? Buscando um atalho.

Se pintara concorrência no terceiro grau, o segundo não oferecia qualquer resistência. Desta forma, a militância mais radical recrutou aliados e invadiu colégios em todo o país – ou ao menos nos estados em que políticos amigos não governavam.

Mas a trupe foi além. E se esforçou para emplacar ainda na primeira infância discussões sobre a sexualidade que já seriam suficientemente complexas na adolescência. Sem entrar no mérito da “questão de gênero”, cabe críticas por ser uma iniciativa sacada junto a crianças após seguidas derrotas frente aos pais. Era, por exemplo, o que estava em jogo na Queermuseu, polêmica exposição do Santander cancelada após a confirmação de que exibia conteúdo adulto a estudantes do primário.

A doutrinação infantil integra as estratégias sugeridas por Gramsci para que o marxismo vingue culturalmente. Não por outro motivo, a despolitização do “jardim de infância” virou bandeira do renascimento da direita, em especial a brasileira.

Nada disso parece ter importado ao governo Temer, que lançou no YouTube um canal infantil com o objetivo de melhorar a imagem da gestão. Contudo, a linguagem é voltada a um público nascido já após a eleição de Dilma Rousseff.

Claro, um governo deve governar para todos, inclusive para os mais novos. Mas o jogo político deveria ser reservado aos que têm direito a voto. Se há tanta especialista julgando que não é saudável a uma criança ser impactada pela publicidade das grandes corporações, por que seria aceitável a publicidade oriunda de um governo, e logo um governo tão envolto em corrupção?

E por que driblar os pais buscando a simpatia da opinião pública por intermédio do filhos? É uma iniciativa bem questionável, que parece se inspirar no gramscianismo mais execrável.


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