A esquerda reduz o ser humano às suas funções fisiológicas
A esquerda abandonou a "luta de classes" e uma tentativa de explicação econômica para tratar humanos como bichos que só têm instintos e apetites que o capitalismo atrapalha.
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Nem bem nos recuperamos da cusparada escatológica do ex-BBB Jean Wyllys no deputado Jair Bolsonaro e tivemos de ver outra nojeira da esquerda: o ator da Globo José de Abreu repetir a dose contra inocentes em um restaurante, com uma defesa espetacular da comunista Maria do Rosário.
Agora a coisa se agrava, se é possível: a “artista” Priscilla Toscano, que aparentemente já apresentou obras como “Vagina Painting” em Amsterdã, Barcelona, Lisboa, Montreal, Nova York e Paris (ser defensor do povo não é pra qualquer ralé, playboy), após uma performance em que vários seres humanos cuspiam em seqüência em fotos de políticos corruptos (obviamente, nenhum contrário ao impeachment de Dilma Rousseff, a do petrolão), levantou a saia, urinou e cagou numa foto de Jair Bolsonaro em pleno vão do MASP, na Avenida Paulista.
Assim, na frente de todo mundo, sem aviso. Fez pose simiesca, reclamou com a câmera que ainda só tinha conseguido cagar um pouco e, fazendo mais força, tirou a moréia da caverna com êxito, sob aplausos de outros seres humanos (ao menos crê-se que apenas seres humanos são capazes daquele som de aplausos).
Não é mais possível tentar refutar que o PT está cagando na cabeça do brasileiro.
Nossa equipe tentou entrar em contato com os pais de Priscilla Toscano, mas não conseguiu localizar em que banheiro estão chorando em posição fetal, perguntando onde foi que erraram (apostamos 50 mangos em quando deixaram a cidadã praticar “Arte – Teatro pelo Instituto de Artes da UNESP“, segundo seu site).
Apenas encontramos essa entrevista da grandiosa artista, que afirma:
“Eu sou casada há treze anos, mas tenho uma relação aberta e namorava um ator ao mesmo tempo. Para mim, falar “amor livre” é pleonasmo. Eu e esse ator fizemos uma performance chamada Amor [sem título]. O objetivo era falar que o amor não é propriedade. Realizamos a obra na Casa das Caldeiras, que é uma antiga fábrica, porque tem essa metáfora do corpo da mulher como uma fábrica, e utilizado para “linha de produção”. A gente pintava uma tela com os nossos corpos e fazíamos gestos de uma relação sexual. Em vez de ele introduzir o pênis, ele inseria uma lata de tinta dentro de mim. Quando eu liberava [sic] a tinta na tela, era como se o meu útero pintasse e mandasse a mensagem. O meu namorado se cansou da liberdade que existia na nossa relação e terminamos.”
É preciso entender a lição de Maria do Rosário: para a esquerda, o ser humano não possui uma vontade própria, uma individualidade intransferível, uma missão e uma vocação que são suas e precisam encontrar espaço na aleatoriedade e na adversidade do mundo, alguma dialética interna (apesar de amarem a palavra “dialética”, apenas em sentido hegeliano reduzido), o “caos dentro de si para dar à luz uma estrela cintilante”, nas palavras do Zaratustra de Nietzsche.
Para a esquerda, o ser humano é um autômato, é determinismo puro, apenas reage, tem todo o seu comportamento, seus gostos, suas ações e seu pensamento determinados pelo ambiente e pela sua classe social (exceto, é claro, Marx, que pode ser burguês numa boa e determinar que todo burguês pensa diferente de todo proletário por causa da “consciência de classe”, exceto ele).
Assim, crime é culpa da desigualdade, se você permitir que as pessoas tenham armas, elas se matarão sem motivo, as pessoas se amam por uma construção social judaico-cristã, pagar o dízimo é lavagem cerebral do ópio do povo, pagar imposto quatro vezes maior é libertação social etc. Tudo precisa ser obrigatório ou proibido, sem meio termo.
Aplicando tal princípio como os soviéticos fizeram e até hoje o Ocidente não sabe (como os barracões comunitários de fábricas na Rússia para substituir as famílias, ou os experimentos com eletrochoque em bebês para eles rejeitarem produtos capitalistas na Romênia), entendemos por que um socialista como Pol-Pot mandava para o abate até quem usasse óculos. Qualquer possibilidade de pensar fora da platitude absoluta do trabalho agrário e repetitivo é uma traição à esquerda.
Como vai haver igualdade sem a força da obrigação de ser igual? Uma contradição com sua crença no determinismo, mas se contradições afetassem a esquerda, ela não mais existiria.
Mais uma vez, destruído o mito do determinismo econômico, restou à esquerda o hedonismo sexual pós-68 – não é por Bolsonaro ser um admirador do regime militar que é criticado, já que qualquer admirador do socialismo cubano admira uma ditadura militar totalitária e violentíssima, é por não ser libera-geral com a sexualidade. O mesmo hedonismo que era considerado “imoralismo capitalista” e que “desapareceria no socialismo” (vide os pensamentos sobre homossexuais do psicanalista socialista Wilhelm Reich, que paradoxalmente foi a maior influência de 1968).
Restou uma igualdade que é facilmente atingível: a igualdade das funções básicas do ser humano. Alimentação, respiração e excreção. Como as duas primeiras não conseguem ser tema de nada (já que são básicas, e o capitalismo cuida muito melhor delas), restou subverter a última com boas doses de psicanálise e arte moderna, “chocando” o Ocidente com performances artísticas em que excrementos são o tema.
Ao contrário do que se pensa, ao invés de causar um verdadeiro choque moral (no máximo, um nojo mais associado ao ridículo do artista do que a alguma ética obscura da platéia), o verdadeiro choque é ontológico: qualquer um pensa que alguém precisa se subtrair muito de qualquer inteligência para ser apenas alguém que come, respira, caga – e trepa, para produzir outro ser que só deve comer, respirar e cagar, and so on.
Não é portanto exatamente verdade que este é um argumento de esquerda, mas sim o objetivo da esquerda. Sem mais nenhum apelo econômico, sem mais nenhuma moral política, resta a redução suprema. Não à toa, todo estudante de esquerdismo em faculdade, hoje, é muito mais viciado em psicanálise e simbolismo semiótico (vide a Análise do Discurso) do que na logorréia sobre “mais-valia” e “exploração” do Capital de Karl Marx.
É famoso o experimento do TED Talk apresentado por Frans de Waal, que mostra à perfeição como nossa fisiologia e instintos reagem a estímulos políticos. Dois macacos são colocados em gaiolas uma do lado da outra. O primeiro é alimentado com pepinos, que é basicamente água com uma solidez amarga. Poderia passar o dia inteiro sendo alimentado desta forma, sem precisar de estímulo nenhum para receber alimento. Mas então ele vê o macaco vizinho ser alimentado com uvas. Ao ganhar novamente seu primeiro alimento gratuito, o macaco tem a reação de qualquer esquerdista que recebe algo de graça, mas ainda se acha injustiçado socialmente:
A novidade apenas é que, aliada às ganas por gratuidades sem esforço da esquerda, dos cuspes à caganeira, dos debates sobre órgão excretor não produzir filhos à “performances artísticas” em que um esquerdista enfia o dedo no trololó de outro esquerdista ou introduz objetos em seu próprio ás-de-copas, os progressistas apenas reduziram todo o ser humano a uma máquina de bosta.
Ou você acha que quem produziu a obra abaixo foram os progressistas ou os reacionários?
Mais poucas décadas de esquerda e seremos subtraídos de nossa condição de mamíferos.
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