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Fake News

Fact-checking: A ONU emitiu uma “liminar” com “força de lei” a favor de Lula? FAKE NEWS!

Mônica Bergamo, Leonardo Sakamoto, Fernando Haddad et caterva espalham fake news a respeito de suposta "liminar" da ONU com "caráter obrigatório" a favor de Lula.

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fake news

Monica Bergamo, a jornalista da Folha, ESCREVEU EM CAIXA ALTA NO TWITTER HOJE que a ONU teria emitido uma “liminar” a favor de Lula. Como é praxe na grande mídia para soltar fake news se eximindo das conseqüências, a manchete veio seguida de “diz defesa”, para terceirizar um dito, a um só tempo em que GRITA para torná-lo verdadeiro, espalhando desinformação profissional e chancelada por todas as redes.

Logo após, o UOL, também falando em nome da defesa de Lula, dispara a manchete “Liminar a favor de Lula tem caráter obrigatório, diz especialista da ONU”.

Sem grandes surpresas em se tratando de fake news e ONU, logo também insurge Leonardo Sakamoto terçando suas armas em nome dos direitos humanos, afiançando que “Comitê dos Direitos Humanos da ONU solicita que Lula participe da eleição”. O título é mais honesto, apesar de não ter sido uma decisão do Comitê de Direitos Humanos, e sim de um órgão de supervisão do Pacto de Direitos Civis e Políticos”, que é integrado não por países, mas por peritos que exercem a função em sua capacidade pessoal.

O espalhafato estava em quinta marcha. No meio do caminho, obviamente víamos personalidades petistas como o, digamos, “candidato a sub-presidente” Fernando Haddad jurando de pés juntos que o parecer tem “força de lei” (sic).

Agências que se supõem de fact-checking (o que, por si, já merecia um fact-checking) como Agência Lupa Aos Fatos, além da própria Agência Pública, que tem na figura do próprio Leonardo Sakamoto um dos membros do Conselho Executivo até 2017, não fizeram nenhum trabalho de averiguação da verdade, nem tentaram impor o seu nihil obstat à notícia. Mas será que haveria alguma verdade, talvez EM CAPS LOCK, e com caráter obrigatório?

Ora, como um parecer pode ter “força de lei”? Como o documento foi chamado inclusive por Sakamoto, aparentemente tão preocupado com fake news, como “liminar”, se nada no documento diz ser uma liminar?

Um parecer é apenas um documento que declara o que alguém definiu em reunião em caráter preliminar: “parece” que alguém cometeu um crime, “parece” que o paciente está com uma virose, “parece” que o prédio vai cair e alguma medida deve ser tomada. Como Fernando Haddad poderia falar em um “parecer com força de lei” (sic)?!

O “especialista da ONU” consultado também trata o documento como uma liminar o tempo todo. O que é um “especialista da ONU”? O documento, que pode ser lido na íntegra de página única aqui, não tem caráter determinante algum, que dirá de liminar.

Ora, uma decisão liminar é aquela que ocorre no princípio de um litígio, in limine litis. É uma ordem judicial provisória com base na lei. Deveria ser óbvio, mas, ehrr, a ONU não pode emitir liminares por não ser uma das instituições do Direito brasileiro. É tão simples quanto parece.

Ainda que a ONU tivesse de fato emitido o documento “em caráter liminar” (o que não se lê em nenhuma palavra do documento), ainda assim seria uma recomendação, e tão somente isso. Como um órgão que nem sequer é uma instituição brasileira pode definir “liminares”, baseadas na lei brasileira, aos próprios agentes da lei brasileira?

Apenas seguindo as notícias, já se vê que a confusão conceitual sobre o que é o documento é gritante. Se alguém estivesse falando a verdade, obrigatoriamente os outros teriam de estar mentindo.

O próprio Itamaraty, como veiculado posteriormente pelo mesmo UOL, pronunciou-se falando o óbvio: é uma recomendação da ONU. De um órgão que nem sequer é o próprio Conselho de Direitos Humanos (OHCHR), não são países, são apenas alguns membros deliberando entre si, com a ideologia típica de todas as deliberações da ONU – como Venezuela não ter crise de direitos humanos, Israel ser um monstro nazista que ofende palestinos com sua existência, ou colocar Cristina Kirchner e Arábia Saudita no Conselho de Direitos Humanos.

Obviamente, jornalistas como Mônica Bergamo e Leonardo Sakamoto são profissionais da arte. Produzem espalhafato e desinformação sempre citando terceiros (embora quando Luciano Ayan citou terceiros no caso Marielle, derrubaram todas as suas páginas alegando ser uma “rede coordenada” para espalhar fake news, como lemos do próprio Sakamoto).

Primeiro gritam, dão um pequeno disfarce, e depois farão toda a militância gritar a plenos pulmões que “a ONU exigiu”, ou que “o Brasil não cumpre as leis da ONU por ser golpista” ou outras maluquices do gênero.

Enquanto isso, pessoas que sabem o que é globalismo colocaram no topo dos Trending Topics do Twitter a hashtag #BrasilAcimaDaOnu, que faz alusão ao slogan de Jair Bolsonaro.

Mônica Bergamo, Leonardo Sakamoto, Fernando Haddad et caterva, estando no UOL ou nas redes, estão divulgando fake news, ainda que às vezes falando num discurso indireto o qual querem transformar em dog whistle. Não caia na era da “pós-verdade”: é tudo fake news.

Esperamos que os perfis no Twitter e páginas no Facebook de todos sejam apagados em nome da isonomia. Ou só censuram um lado?

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Flavio Morgenstern

Flavio Morgenstern é escritor, analista político, palestrante e tradutor. Seu trabalho tem foco nas relações entre linguagem e poder e em construções de narrativas. É autor do livro "Por trás da máscara: do passe livre aos black blocs". Tem passagens pela Jovem Pan, RedeTV!, Gazeta do Povo e Die Weltwoche, na Suiça.

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