Folha lista “censura” recente à arte citando Peladão do MAM e ignorando Brasil Paralelo e Jardim das Aflições
Uma breve análise sobre como a senhora Folha capta aquilo que lhe convém como censura e ignora todas as tentativas de proibir o óbvio, como dizer que homem é homem, menino é menino, macaco é macaco e...
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É sabido que indigência intelectual toma conta das redações dos grandes jornais, poluindo o universo da informação com as maiores asneiras já produzidas desde que o primeiro australopiteco utilizou uma ferramenta para pegar mangas.
O jornal Folha de SP, mais que os outros – talvez pela proximidade da cracolândia, ali ao lado da Barão de Limeira, não encontra limites na sua incansável luta contra os fatos. A última tolice foi elencar o que o jornal considerou censura contra a sublime arte nacional, especializada em dedo no cu e macumba.
A claque esquerdista amestrada correu para aplaudir a reportagem da Folha. A sequência elencada pelo jornal tem momentos bem pitorescos, como borrar as caras e o jaramangalho da cena “artística” onde um adulto pelado é tocado por uma criança. Bem, se é arte, não há porque tanto pudor.
CENSURA NA CULTURA
Justiça determina censura de especial de Natal do Porta dos Fundos após uma série de polêmicas em torno do especial que retrata um Jesus gay.
Mas esta não foi a primeira vez que a censura atingiu a seara cultural.
Siga a thread e relembre outros casos.
— Folha de S.Paulo (@folha) January 9, 2020
Todas as “censuras” que Folha lista não tem nada de arte e muito menos de cultura.
Pensando bem, tem sim. Vejamos: é impossível não notar a influência da filosofia platônica e o diálogo direto com ícones clássicos, como Dante Alighieri e a Banda Reflexus, num desenho em que dois sujeitos white-fascist-rednecks enrabam um black-slave-so-cute.
É curioso ver que a turma que quer proibir O Teu Cabelo Não Nega, Maria Sapatão e Olha a Cabeleira do Zezé, venha se portar como o bastião da liberdade de expressão. A galerinha cool que quer ressignificar (palavra pavorosa) os adjetivos que Monteiro Lobato dava à nêga Anastácia não vê problema algum num macho adulto desnudo sendo exposto para uma plateia infantil, podendo até ser tocado por ela.
Chamar um doce de Teta de Nêga é ofensa racial inafiançável; mas fincar um crucifixo na peida caída é o suprassumo da arte de vanguarda.
A percepção do objeto artístico depende muito do quanto uma pessoa se dedica a ampliar seu intelecto, a aprimorar sua sensibilidade, a organizar sua imaginação. Exige esforço. Tudo o que os membros sentantes da redação da Folha não fazem. Daí, é fácil confundir arte com rabisco, música com barulho, tatibitati com poesia.
Mas pedir critérios mínimos de raciocínio lógico da senhora Folha de SP é pedir demais, não? No fim, para aterrorizar qualquer pessoa que saiba fazer contas complexas, como somas com um dígito, ela resolve dizer o que pensa. Hoje em dia chamam qualquer baba e gemido de pensamento. Tristes tempos!
A estupidez primitiva que a senhora Folha não comenta é a que de fato está em jogo: a censura ostensiva a qualquer obra feita por quem não se alinhe à esquerda das redações idiotizadas da mídia oficial, rotulando-os de “direita”, “extrema-direita”, “filhos de Hitley” e o cazzo a quatro. Censura que já acabou em agressões físicas mais de uma vez.
Não há menção ao esquerdismo sub-alfabetizado de um Wagner Moura, por exemplo. Mas Josias Teófilo é um diretor bolsonarista. O documentário que exalta bandidos, de nível primário – pra não dizer primitivo – de Petra Costa é tratado como cinema nacional; já o documentário do Brasil Paralelo é tratado como revisionismo histórico.
“Tem o idiota; tem o imbecil; tem o muito imbecil; tem o retardado mental; tem o com o cérebro carcomido pelas drogas; tem o que teve morte cerebral; e tem o que leva a senhora Folha de SP a sério”, disse, certa vez, Goethe.
Pra piorar o nível abaixo dos lençóis freáticos da senhora Folha, enigmaticamente, ela alega que é preciso punir quem parta para as vias de fato, pois “quem agride aquele cuja expressão lhes causa ojeriza é um resquício de uma sociedade primitiva vez ou outra irrompendo entre nós”.
Seria um mea culpa?
Hahahahahaha… estão desesperados. pic.twitter.com/TQLoNynA8Q
— Flávio Gordon (@flaviogordon) January 16, 2020
Ou pode ser que na redação da Folha exista uma Fernandinha, como a que descrevi num estudo elaborado sobre a reprodução de lêmures vermelhos de Dudinka, há uns anos, no antigo Die Fackel:
Que absurdo! Censura! Esses fascistas querem decidir o que é bom ou ruim e censurar a liberdade de expressão, disse Fernanda Huesch Calazans, estudante de comunicação social na UFRJ.
Fefê é vegana, budisto-agnóstica-daimística. Construindo um mundo melhor, Fezinha esteve presente em ato contra a publicidade infantil no Brasil, pois considera abusivo expor crianças aos desejos de uma sociedade de consumo. É a favor do projeto de lei que proíbe sal nas mesas dos restaurantes e luta pela liberação das drogas.
Quer abolir o consumo de carne no planeta, por ser muito cruel contra os animais, e proibir cantadas nas ruas. Fefitinha é abortista, afinal, meu corpo, minhas regras! Fez de tudo para impedir que certo filme sobre um filósofo conservador fosse exibido na sua cidade.
Nanda escreve nas horas vagas – que são muitas. Na peça que vem escrevendo, Fezoca ataca os poderosos: governo e empresários. Fê é estagiária na Globo e tem muitos amigos artistas. Espera que seu projeto seja financiado pelo governo de São Paulo.
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