Prioridades: Estadão questiona quem “assedia” uma assistente virtual
Como voltamos ao Éden, todos os problemas do mundo se resolveram, vivemos eternamente e a TV Colosso voltou, jornalistas torram tempo apurando piadas feitas a fantoches cibernéticos
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O Estadão, no último dia 12 de abril de 2021, resolveu analisar o perfil daqueles que supostamente assediam robôs. O autor da calamidade começa chamando o robozinho chorão do Bradesco (já noticiado aqui) de assistente com “inteligência virtual”.
Inteligência virtual é o que vemos em boa parte do jornalismo profissional. Se Aristóteles estivesse vivo, diria que a mentalidade jornalística permanece em potência, nunca se atualizando. No mundo atual – desprovido de filósofos gregos -, basta dizer educadamente que o gênio jornalístico não passa de capim com estrume.
“Esse comportamento bizarro não é novidade. Mas ainda me pego analisando o que leva alguém a assediar sexualmente um software.”
E eu me pego analisando que espécie de sujeito perde tempo com isso.
Viktor Frankl diz que “a liberdade humana é uma liberdade limitada. O homem não é livre de certas condições, mas é livre para tomar posições diante delas”.
E essas posições dependem de uma escolha racional. Nossa elite tagarelante condicionou suas escolhas a alguns cacoetes que a fazem sentir-se especial em relação às pessoas comuns. A sinalização de virtude é o cacoete mais constante do jornalismo profissional.
Não há mais preocupação com o fato. O que move o periodista de hoje é a sensação heróica de ser um guia da sociedade, sempre amparado pelas teses sociológicas bizarras de quem fez de si a medida banal de todas as coisas.
Prova disso é que o autor se disse surpreendido com as reações negativas à campanha feita pelo banco trilionário.
“A iniciativa do banco segue a campanha “Hey update my voice” (“Ei, atualize minha voz”), da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura). Ela foi criada a partir do estudo “I’d blush if I could” (“Eu ficaria corada, se pudesse”), que descreve o assédio sofrido pelas assistentes virtuais.”
Sempre presuma a macumba globalista.
O novo ser humano desejado por essas grandes corporações é que todos os indivíduos tenham a alma idiotizada de um formador de opinião, seja jornalista, político, artista ou celebridade.
Traduzindo em termos filosóficos, espero que o indivíduo comum continue cagando pra isso.
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