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Ministério da Verdade

#LeiKim 1984: Kim Kataguiri diz que procurador pode quebrar seu sigilo para descobrir se você sabia que era fake news

Super liberal! Só pra saber SE você deve ser punido ou não, Kim Kataguiri explica que procurador pode quebrar seu sigilo pra descobrir se você sabia que era fake news

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Kim Kataguiri, da LeiKim

Você acha que o Projeto de Lei 1978/2011, de Félix Mendonça Júnior (PDT/BA), que ganhou chancela, apoio e até mesmo destaque de Kim Kataguiri, do MBL/DEM/SP, era ruim? Pois a já famigerada #LeiKim é mais norte-coreana do que parece.

O jovem deputado, que já pleiteou ser presidente da Câmara e hoje prefere apenas elogiar Rodrigo Maia (seu grupo, o MBL, foi estudar Direito com Gilmar Mendes e hoje aprendeu que não se pode falar um A contra o STF, que é inteiramente composto por anjos), tem uma bucha jurídica gigantesca para apoiar o PL que pune “denunciação caluniosa”.

Ora, já há lei para punir denunciação caluniosa. Por que criar outra? Porque esta é específica contra políticos. Ou seja, uma lei de castas, com punição específica para quem critica gente disputando eleições. Nós, que somos do povo, que somos zés-ninguéns, pegamos a fila da arquibancada geral.

Como Kim Kataguiri não tem experiência jurídica nenhuma, não entende que intenção de lei, texto de lei, aplicação de lei e resultado prático de lei são quatro coisas tão diversas quanto uma furadeira é diferente de um hipopótamo. O PL apelidado de #LeiKim “só vai punir” quem sabia que a denúncia era falsa, e mesmo assim divulgou (sim, o texto do PL foi expandido e não pune apenas quem acione a polícia ou o MP: pune inclusive quem divulga a mesma “fake news“).

Mas como saber se a pessoa, afinal, já sabe que algo é fake news?

Kim, para tirar dúvidas de nós, ignaros, a patuléia maltrapilha, foi direto e reto:

Kim Kataguiri explica a #LeiKim

Sim, isto mesmo: na ultra-liberal lei apoiada por Kim, até com destaque, e também apoiada pela sumidade suprema do Direito mundial, Rodrigo Constantino, antes de você ser punido, só para verificar se você merece oito anos de cadeia por divulgar uma informação e saber se você foi enganado (ou seja, uma vítima) ou se tinha intenções ruins (ou seja, um crápula; mas e se você tinha intenções ruins, mas mesmo assim foi enganado?!), um procurador pode, muito liberalmente, de boa estirpe, quebrar o seu sigilo, ler suas mensagens, ver seus nudes, destruir sua privacidade, só para concluir: “Não, gente, é inocente, não precisa fazer mofar na cadeia por quase uma década, não”.

Tudo isso só pra saber das suas intenções ao postar um link, parceiro! Afinal, é isso que o Estado precisa saber para te mandar pra cadeia para proteger político.

Ah, além de Kim Kataguiri e Rodrigo Constantino, esses gênios do Direito, essas pessoas hiper respeitadas, esses caras de tão boa estirpe que merecem uma lei numa casta para eles próprios, essas pessoas tão admiráveis que não conseguem ler as respostas a seus posts sem precisar tomar um Prozac antes, a lei também é apoiada por Manuela Dávila Land Rover.

E alguém aí aposta que é apoiada por Gilmar Mendes, por uma mera coincidência? Assim, bem “divisão entre poderes” e tal. Só faltou criar o Ministério da Verdade.

A lei é dos pedetistas, o partido que apóia um nacionalismo socialista inspirado no tirano fascista Getúlio Vargas (o maior genocida do Brasil) e que tem hoje como figura carimbada a companheira de Kim Kataguiri, Tábata Amaral (leia aqui).

Super liberal, galera! Mais um pouco de MBL e 1984 de Orwell vai parecer brincar de Jaspion.

Confira alguns livros com distopias abaixo.

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Assuntos:
Flavio Morgenstern

Flavio Morgenstern é escritor, analista político, palestrante e tradutor. Seu trabalho tem foco nas relações entre linguagem e poder e em construções de narrativas. É autor do livro "Por trás da máscara: do passe livre aos black blocs". Tem passagens pela Jovem Pan, RedeTV!, Gazeta do Povo e Die Weltwoche, na Suiça.

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