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Justiça recusa censura de Maria do Rosário a vídeo de Danilo Gentili

Justiça indefere que a deputada Maria do Rosário possa censurar a seu bel-prazer cidadãos brasileiros que dela discordem e peçam coerência.

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Danilo Gentili esfrega carta de Maria do Rosário no saco

A infame tentativa de censura de Maria do Rosário ao humorista Danilo Gentili foi indeferida pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1). A juíza federal substituta Luciana Raquel Tolentino de Moura não aceitou o pedido de censura da deputada, que usou e abusou do poder da Corregedoria da Câmara dos Deputados para uma causa particular, extrapolando as funções do órgão, como relatado por este Senso Incomum.

Apesar de a imprensa se recusar a relatar a censura feita pela deputada, e menos ainda alertar para o abuso de poder, a Justiça foi clara ao recusar o papelão que Maria do Rosário protagonizou ao abusar do órgão da Câmara.

Não contente com a aplicação da justiça, a juíza Luciana Raquel Tolentino de Moura ainda deu uma aula sobre liberdade de expressão, mostrando que Danilo Gentili, ao recusar-se a aceitar passivamente uma censura e abuso do poder público contra um cidadão particular, pode até ser “deselegante”, mas foi representativo do povo brasileiro (até mesmo em sua “deselegância”), que se identifica muito mais com os sentimentos de Danilo Gentili do que com o abuso de poder político de Maria do Rosário.

A magistrada escreve: “O litigado disse algumas palavras que representam, em certa medida, o pensamento e o anseio de milhões de brasileiros. E são absolutamente verdadeiras tais afirmações”, e também concordou com as palavras de Danilo Gentili, que disse: “nunca aceite que qualquer deputado, senador, prefeito ou governador diga se você pode ou não falar alguma coisa”. Afinal, o que Maria do Rosário e seus cupinchas na Câmara dos Deputados fizeram foi uma “medida nitidamente de caráter repressor; censor, próprio das ditaduras”.

Para coroar o bolo cerejosamente, ainda cotejou o ato de Danilo Gentili, em recusar passivamente a censura, com o que a própria Câmara dos Deputados protagonizou em tempos recentes:

“Acredito que coisa bem pior, diria até mesmo mais vulgar, já foi dita — e transmitida ao vivo —, das tribunas do Congresso Nacional, chegando-se inclusive a tristes cenas de agressões pessoais (verbais e físicas), como aquela do cuspe por ocasião da votação do impeachment da presidente Dilma, dentre tantas outras cenas lamentáveis.”

Não custa lembrar, é claro, que não apenas o também infame cuspe de Jean Wyllys no deputado Jair Bolsonaro veio dos mesmos comparsas de Maria do Rosário: foi ainda por ela desculpado, junto com o cuspe de José de Abreu em uma mulher.

Maria do Rosário - cuspe de José Dirceu e Jean Wyllys

Maria do Rosário poderia respeitar o brasileiro, inclusive sua liberdade. Acabaria sendo respeitada.

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Assuntos:
Flavio Morgenstern

Flavio Morgenstern é escritor, analista político, palestrante e tradutor. Seu trabalho tem foco nas relações entre linguagem e poder e em construções de narrativas. É autor do livro "Por trás da máscara: do passe livre aos black blocs". Tem passagens pela Jovem Pan, RedeTV!, Gazeta do Povo e Die Weltwoche, na Suiça.

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