Digite para buscar

quarto poder desarrumado

Senador do Rede quer criminalizar quem “hostilizar” a imprensa

PL 4522/2020 de Fabiano Contarato (Rede/ES) pune com detenção de um a seis meses a "hostilização" (?!) à imprensa. Será que tirar sarro de jornalista no Twitter conta?

Compartilhar
internetcensorship

O nosso Caldas Aulete, pai de muitos burros humildes, define “sanha” como “acesso irrefreável de fúria que toma e cega um indivíduo; IRA; RAIVA”; e também como “vontade, desejo irrefreável”. A sanha autoritária de certos jornalistas parece pertencer às duas acepções: fúria cega e desejo indomável.

Querer calar adversários está se tornando o esporte favorito de uma imprensa jeca que, acostumada a falar bobagens sem ser questionada, quer manter não só as aparências, mas também os privilégios. Tem jornalista que passa mais da metade do seu dia útil a perseguir quem quer que cruze a fronteira do seu estreito horizonte de consciência, aquela entre o Brasil e o Chile.

Segundo o Portal Projeta, uma PL foi redigida para “tornar crime o ato de hostilizar profissionais da imprensa com o intuito de impedir ou dificultar sua atuação”. O projeto vem justamente no momento em que a mídia passa por sua maior crise de credibilidade. 

Nem quando o cinegrafista Santiago Andrade foi covardemente assassinado por black blocs, o braço armado de coquetéis Molotov e rojões da esquerda, nossos vigilantes políticos viram motivos para resguardar os profissionais de imprensa. 

O autor do projeto é o senador Fabiano Contarato (REDE/ES). Ainda segundo o Portal Projeta: “Na justificativa ao projeto, o senador defendeu que a liberdade de imprensa é fundamental para o exercício da democracia, mas ponderou que o cenário de ofensas, ameaças e violência contra esses profissionais vem se agravando”.

“O parlamentar também citou como exemplo o caso do fotógrafo do Estadão, Dida Sampaio, que foi agredido com chutes, murros e empurrões ao acompanhar manifestação ocorrida em Brasília no dia 3 de maio de 2020. ‘Nesse episódio, além da violência praticada o profissional foi impossibilitado de exercer seu ofício. Um retrato deplorável da intolerância a atual conjuntura política’, comentou.”

Nenhuma menção a Santiago. Quanta nobreza, senador. 

Quem definirá a ofensa? O jornalista Oswaldo Eustáquio foi rotulado de blogueiro, mesmo sendo jornalista de profissão, por não se adequar ao mainstream midiático. Prendê-lo sem que ele tenha cometido nenhum crime também é um caso de hostilidade à imprensa? 

A PL é mais um jogo de cena do poder para resguardar os seus e punir as vozes dissonantes. Qualquer semelhança com ditaduras sanguinárias não é mera coincidência.


Seja membro do Brasil Paralelo e tenha acesso a horas de conteúdo sobre liberdade de expressão!

Entenda o pensamento do maior psicólogo da atualidade: Jordan Peterson – Entre a Ordem e o Caos!

Faça seu currículo com a CVpraVC e obtenha bônus exclusivos!

Conheça a Livraria Senso Incomum e fique inteligente como nós

Vista-se com estilo e perca amigos com a loja do Senso Incomum na Vista Direita

Assuntos:
Carlos de Freitas

Carlos de Freitas é o pseudônimo de Carlos de Freitas, redator e escritor (embora nunca tenha publicado uma oração coordenada assindética conclusiva). Diretor do núcleo de projetos culturais da Panela Produtora e editor do Senso Incomum. Cutuca as pessoas pelas costas e depois finge que não foi ele. Contraiu malária numa viagem que fez aos Alpes Suiços. Não fuma. Twitter: @CFreitasR

  • 1
plugins premium WordPress