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Alckmin sanciona “Dia do Orgulho Crespo” e agora todos os nossos problemas acabaram

Geraldo Alckmin, que ninguém anda lembrando quem é, reapareceu para sancionar o Dia do Orgulho Crespo em São Paulo. Agora sim tudo vai melhorar e alguém vai se lembrar dele.

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Marcha / Dia do Orgulho Crespo, defendendo o Black Lives Matter

O governador de São Paulo, que as pessoas só se lembram do nome porque é mais ou menos sempre o mesmo até tentar se eleger presidente a cada 8 anos e tomar uma surra, senão ninguém lembraria que se chama Geraldo Alckmin (o que ele tem feito, além de tentar ser presidente?), sancionou uma lei que cria o “Dia do Orgulho Crespo” em São Paulo. Lamentavelmente, a lei não veio antes do assassinato da vereadora do PSOL Marielle Franco no Rio de Janeiro, ou mesmo no estado vizinho o projeto de lei certamente teria impedido a sua morte.

Como uma pessoa extremamente conectada com o povo que se vê constantemente forçado a votar nele por falta de opção melhor contra o PT, Alckmin acatou o projeto da deputada Leci Brandão, do PCdoB, que quer criar o dia para diminuir o racismo, a discriminação, “não é só a estética, é a afirmação da nossa etnia”(sic) e aquela papagaiada toda que se fosse dita por um branco, daria cadeia, imprescritível e inafiançável.

Leci criou o projeto após conhecer a “Marcha do Orgulho Crespo”, um projeto de quem tem muito o que fazer, vive pelo dever e pelo saber e não tem tempo para picuinhas, que “é organizada desde 2015 como um movimento de valorização da identidade da mulher negra, do cabelo crespo e da estética afro-brasileira”.

É curioso como o Brasil deve ser o único país do mundo em que você só precisa ser o que é, continuar sendo o que é, e pronto: virou uma cultura milenar a ser cultivada na porrada. Na hora de continuar sendo o que é, aí todo comunista vira conservador tradicionalista e preservador de culturas de um segundo para outro.

Orgulhocrespo concorre ao prêmio Governador do Estado de SP com imagem do movimento Black Lives MatterNo site da Marcha do Orgulho Crespo (sim, tem um site), imagens do movimento Black Lives Matter, freqüentemente às voltas com ações violentas contra brancos na América. Vários banners dizendo “Quer aparecer aqui?”, o que é quase um ato falho freudiano. E o #OrgulhoCrespo está sendo votado para o “Prêmio Governador do Estado de SP”, mostrando que nossa cultura não poderia estar melhor, um Nobel forçosamente está a caminho (os concorrentes: Associação Casarão da Mariquinha, Coletivo Estopô Balaio, Instituto Periferia Ativa e Os Geraldos). Tal como o Black Lives Matter original, aqui também abundam defesas de criminosos negros (no caso Rafael Braga, preso por tráfico de drogas durante os protestos de 2013). O orgulho crespo não parece muito interessado em negros que não estejam envolvidos com tráfico de drogas, crimes violentos e desrespeito à polícia. Tudo pra acabar com o racismo e “defender negros”, como se fossem todos bandidos.

Geraldo Alckmin sempre toma uma sova do PT nas eleições e é considerado muito mole até por seus eleitores (todos a contragosto). Sua solução? Tentar parecer ainda mais esquerdista, usando boné e broches de todas as estatais para garantir que não irá privatizá-las (🙄) ou fazendo parte de eventos como o “Esquerda Pra Valer” do PSDB. A última é se aliar ao PCdoB para definir o “Dia do Orgulho Crespo” e defender pautas de extremíssima-esquerda achando que vai ganhar votos de militantes comunistas.

Alckmin foi o único candidato com a façanha de ganhar menos votos no segundo turno do que no primeiro em 2006, mostrando como é querido por seus eleitores sem opção melhor. Agora, ao invés de apanhar do PT, apanhará do PT e de Bolsonaro.

Só falta agora uma campanha pela deschapinhação. Opa! Melhor não dar idéia retardada envolvendo controle pro Alckmin…

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Assuntos:
Flavio Morgenstern

Flavio Morgenstern é escritor, analista político, palestrante e tradutor. Seu trabalho tem foco nas relações entre linguagem e poder e em construções de narrativas. É autor do livro "Por trás da máscara: do passe livre aos black blocs". Tem passagens pela Jovem Pan, RedeTV!, Gazeta do Povo e Die Weltwoche, na Suiça.

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