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Aborto

Aborto foi realizado com substância proibida até para sacrificar animais

O cloreto de potássio provoca aborto por envenenamento salino, queimando o bebê por dentro até quase "derretê-lo". Depois é feita a curetagem para "raspá-lo" para fora da vagina. Substância é proibida para sacrificar animais sem anestesia completa

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aborto por envenenamento salino

O aborto comemorado na internet de um bebê de 6 meses na barriga de uma menina de 10 anos, estuprada há 4 anos pelo tio, foi realizado com uma injeção de cloreto de potássio no coração do bebê – processo conhecido como envenenamento salino. O método foi o mais comum na América entre as décadas de 70 e 80, mas saiu de moda pelo elevado risco para a vida da mãe.

O processo é lento e leva algumas horas – mais tempo do que a média de um parto por cesariana. Como explica o maior site sobre o aborto em Portugal (país com aborto legalizado),

Após a 16ª semana, é inserida uma agulha comprida através da parede abdominal da mãe até ao saco amniótico. A solução salina concentrada é então injectada no fluido amniótico, e o liquido contendo a toxina mortal vai sendo ingerida lentamente pelo feto, envenenando-o e queimando-lhe a pele e os pulmões.

O mecanismo de morte induzido por este agente químico tóxico é a hipernatremia [aumento de concentração de sódio no sangue, ultrapassando os limites normais], que causa espasmos, vasodilatação generalizada, edema [inchaço causado pela acumulação anormal de fluidos nos tecidos, especialmente nos tecidos subcutâneo e submucoso], congestão, hemorragia, choque, e por fim a morte. Este processo prolonga-se por algumas horas.

Muitas vezes, o parto só se dá um dia depois, dando-se à luz um bebê morto ou moribundo. Hoje, mais “humanamente”, como foi o caso em Recife, a injeção de cloreto de potássio é ministrada diretamente no coração, “por punção cardíaca ou funicular, através do abdômen da gestante”. O líquido cai na circulação e queima o bebê, causando profunda dor – ainda mais em um bebê de 6 meses.

A extração do bebê morto costuma ser realizada por curetagem, “feita para retirar resíduos de dentro do útero, que caso não sejam removidos, podem causar infecções e outros quadros graves”. A cureta é um instrumento cirúrgico semelhante a uma colher, que é usado para fazer raspagem dos “resíduos”. Também pode ser usada um aspirador, que desmembra os pedaços do bebê.

Quando é usado como injeção letal em presos no corredor da morte, é obrigatório que o criminoso seja totalmente anestesiado antes.

De acordo com o Guia brasileiro de boas práticas para eutanásia de animais, o “uso do KCl em um animal consciente causa a excitação das fibras nervosas do tipo C, o que promove extrema dor antes que ocorra a morte. Portanto, o KCL só pode ser utilizado após anestesia geral do animal”. Apesar de barato, “por outro lado, como desvantagem, relatam-se espasmos clônicos que podem ser observados no animal logo após uma injeção rápida.”

Uma cesárea poderia ter sido realizada algumas semanas depois, com boas chances de sobrevivência para o bebê.

Algumas pessoas ainda tendem a acreditar que, por “aborto” ser um eufemismo, a morte de um bebê na barriga da mãe também é eufemística, como uma varinha mágica que simplesmente faz o bebê deixar de existir, e a mãe se tornar uma “não-mãe” em um passe de mágica.

Muitas dessas pessoas evitam sódio na alimentação e militam contras os maus tratos a animais, inclusive. Algumas são até vegans em defesa dos bichinhos, e acham um horror que alguém brinque de jogar sal nas costas de um sapo.

https://twitter.com/felipeneto/status/1295587689123786752


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Assuntos:
Flavio Morgenstern

Flavio Morgenstern é escritor, analista político, palestrante e tradutor. Seu trabalho tem foco nas relações entre linguagem e poder e em construções de narrativas. É autor do livro "Por trás da máscara: do passe livre aos black blocs". Tem passagens pela Jovem Pan, RedeTV!, Gazeta do Povo e Die Weltwoche, na Suiça.

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